Elementos de Álgebra – Construções impossíveis

Construções Impossíveis com Régua e Compasso

Nesta última aula do curso de Elementos de Álgebra, exploramos um resultado fascinante que une álgebra e geometria: a prova de que certos problemas geométricos não podem ser resolvidos apenas com régua e compasso. Este é o resultado do Teorema dos Números Construtíveis, que descreve as condições algébricas para que um número seja construído geometricamente.

Teorema dos Números Construtíveis

O teorema afirma que:

Todo número construtível é algébrico sobre \( \mathbb{Q} \) e seu polinômio mínimo possui grau igual a uma potência de 2.

Isso impõe uma restrição severa: números com polinômio mínimo de grau 3, 5, 6 ou qualquer grau que não seja potência de 2 não podem ser obtidos por construções com régua e compasso.

Por que isso acontece?

Durante uma construção geométrica, cada novo ponto obtido está relacionado a soluções de equações quadráticas. Assim, partindo de \( \mathbb{Q} \), formamos uma cadeia de extensões quadráticas:

\( \mathbb{Q} \subset \mathbb{Q}(\alpha_1) \subset \mathbb{Q}(\alpha_1, \alpha_2) \subset \cdots \subset \mathbb{Q}(\alpha_1, \alpha_2, \ldots, \alpha_n). \)

O grau da extensão final é sempre uma potência de 2, e qualquer número construído estará nesse corpo resultante.

Problemas Clássicos Impossíveis

Com essa teoria, podemos demonstrar que três problemas da Antiguidade são insolúveis com régua e compasso:

  • 1. Duplicação do Cubo: Construir um cubo com volume duas vezes maior que o de um cubo dado exige \( \sqrt[3]{2} \), cujo polinômio mínimo é \( x^3 – 2 \), de grau 3 (não é potência de 2).
  • 2. Trissecção do Ângulo: Dividir qualquer ângulo arbitrário em três partes iguais, em geral, envolve números cujo polinômio mínimo não possui grau potência de 2 (por exemplo, o ângulo de 20°).
  • 3. Quadratura do Círculo: Construir um quadrado com área igual à de um círculo de raio 1 exigiria construir \( \sqrt{\pi} \), mas \( \pi \) é transcendente, portanto, não é construtível.

Exemplo: Duplicação do Cubo

Para dobrar o volume de um cubo de lado 1, precisamos encontrar o lado \( x \) do novo cubo que satisfaz:

\( x^3 = 2 \implies x = \sqrt[3]{2}. \)

Como o polinômio mínimo \( x^3 – 2 \) tem grau 3, não é possível obter \( x \) apenas com régua e compasso.

Conclusão

A união da álgebra com a geometria fornece as ferramentas necessárias para provar a impossibilidade de certas construções. Assim, problemas como a duplicação do cubo, trissecção do ângulo e quadratura do círculo são matematicamente insolúveis com métodos clássicos.

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