Um estudo internacional acendeu um alerta para a educação brasileira: mais de 50% dos estudantes do país não alcançam o nível básico de proficiência em matemática. O levantamento foi realizado pelo TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study), uma avaliação global que mede o desempenho de alunos do 4º e 8º anos do ensino fundamental em matemática e ciências.
E não para por aí. Em ciências, a situação também preocupa. Mais de um terço dos estudantes não conseguiu sequer atingir o patamar mais baixo de conhecimento. No outro extremo, apenas 1% dos estudantes brasileiros chegou ao nível avançado em ambas as disciplinas.

O que os números dizem?
Os resultados colocam o Brasil em posições muito baixas nos rankings globais. Entre os países participantes, o Brasil ficou em 55º lugar em matemática e 51º em ciências no 4º ano, e em 41º e 33º no 8º ano, respectivamente.
Para ter uma ideia mais clara, os alunos do 4º ano no Brasil tiveram uma média de 400 pontos em matemática, enquanto a média internacional foi de 503 pontos. Já em ciências, a média brasileira foi de 425 pontos, contra 494 pontos do cenário global.
No 8º ano, a situação é ainda mais crítica: a média brasileira foi de 378 pontos em matemática, bem abaixo dos 478 da média internacional. Em ciências, os estudantes alcançaram 420 pontos, enquanto a média global ficou nos mesmos 478 pontos.
O que esses resultados significam?
Para muitos estudantes brasileiros, conceitos básicos como somar e subtrair números com até três dígitos, ou reconhecer que plantas precisam de luz para sobreviver, ainda são desafiadores. No nível mais baixo de proficiência avaliado pelo TIMSS, espera-se que os alunos consigam resolver problemas simples de matemática e demonstrar conhecimentos básicos em ciências.
No entanto, mais da metade dos estudantes do 4º ano e quase dois terços dos alunos do 8º ano não atingiram esse nível mínimo em matemática. Em ciências, 39% dos alunos do 4º ano e 42% do 8º ano também ficaram abaixo do esperado.
Comparações com outros países
Em comparação com outras nações, o Brasil ficou atrás de países como Chile, Portugal, Espanha, Coreia do Sul e Canadá, mas à frente do Marrocos. O estudo envolveu 72 países e é aplicado a cada quatro anos.
Esta foi a primeira vez que o Brasil participou do TIMSS. Em 2023, mais de 44 mil estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas participaram do exame, junto com professores de matemática e ciências que responderam questionários complementares.
Reflexões para o futuro
Os resultados do TIMSS são um chamado para ação. Eles evidenciam a necessidade urgente de melhorias no ensino de matemática e ciências no Brasil. Isso inclui investimentos na formação de professores, uso de metodologias mais eficazes e maior atenção ao aprendizado básico nas séries iniciais.
Embora os números sejam preocupantes, eles oferecem uma oportunidade para que o Brasil compreenda melhor os desafios da educação e busque soluções concretas. Afinal, formar estudantes mais preparados para o futuro é essencial para o desenvolvimento do país.